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Projeto na EPG Selma Colalillo reforça a importância da intersetorialidade



Por Danielle Andrade
Publicado em 27/12/2019
Editado em 06/01/2020, às 15:21

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A Escola da Prefeitura de Guarulhos Selma Colalillo Marques e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) - Polo Guarulhos, uniram-se em 2019 por meio do Projeto Cultura da Matemática para ensino da matéria de forma lúdica aos alunos. Os diálogos entre as instituições permitiram construir ao longo do ano, um conjunto de ações integradas, capazes de responder com maior eficiência os desafios propostos pela educação integral.

Após a realização de sondagens com os alunos, a coordenadora pedagógica Priscila Souza Nascimento, juntamente com a equipe escolar, viu a necessidade de intensificar o estudo da matemática e sua aplicabilidade com os alunos. Diante dos resultados e diálogo com uma das mães de aluno, Thais Simoncelli, aluna de licenciatura do curso Matemática do IFSP, percebeu que poderia auxiliar de alguma forma. Sendo assim, teve início o projeto piloto no qual, através de várias ações, os alunos do curso de Matemática sob a tutoria do professor Rogério Osvaldo Chaparin, trabalharam com os alunos dos 1º e 2º anos da escola.

Segundo a coordenadora pedagógica, é necessário que se forme uma rede intersetorial, capaz de olhar para as diversas dimensões de um indivíduo, tais como, intelectual, social, física, afetiva e simbólica, por meio de instituições educativas que respondam a esse desafio.

“A intenção do Projeto, é exatamente resgatar a importância da matemática de forma prazerosa e lúdica às crianças, bem como conscientização dos professores, através do conhecimento de novas metodologias, da utilização de materiais concretos nas aulas de Matemática”, explicou Priscila Nascimento.

Plano de ação

Os alunos do Instituto Federal estiveram na escola para verificação dos materiais existentes, com intuito de utilizá-los para elaboração das aulas a partir da realidade da EPG Selma Colalillo.Foram realizadas aulas práticas, pesquisas e aplicação do estudo com os alunos.

“Nós formadores e professores, precisamos apresentar para nossos alunos uma matemática desafiadora, intrigante. Mostrá-los que é possível aprender via descoberta e com significados. Isso só é possível com a interação de professores de que queiram aprender novas abordagens. O projeto visa essa articulação entre as duas partes e também com a gerência de gestores da escola”, destacou o professor Chaparin.

Ainda segundo o professor, a ideia surgiu de seu doutorado, após reunião com a equipe gestora e professores. Ficou acordado no coletivo que teriam reuniões formativas em Hora Atividade todas às quintas-feiras, e atividades aplicadas com os alunos às terças-feiras, e após cada aula aplicada, seriam discutidos os desafios e avanços junto aos professores, sempre com especial atenção à aprendizagem dos alunos.

Os professores também participaram do curso de extensão no próprio Instituto, com a tutoria e elaboração do material pelo professor Nelson Arbach, no qual foi estudado sobre a construção do conceito de número natural. O curso ofereceu uma introdução, uma base sólida, para que os professores dessem continuidade ao estudo da matemática para os próximos meses.

As atividades desenvolvidas com os alunos levaram em consideração os conhecimentos prévios de cada um e seu ritmo de aprendizagem. Foram discutidas sobre as etapas desenvolvidas, o progresso com as turmas e troca de experiências entre os docentes.

“O incentivo aos professores pela pesquisa, um bom planejamento, novas metodologias e o aluno como foco de todo o processo de ensino aprendizagem, me faz acreditar que possamos mudar esta realidade. Diversos professores relataram que tinham receio em ensinar a Matemática, por isso, é preciso romper com estas barreiras e ter coragem de assumir que não sabemos tudo, mas estamos em constante processo de aprendizagem”, ressaltou Nascimento, sobre a importância que existam essas parcerias, que envolvam atores com este nível de competência, capazes de proporcionar crescimento profissional.

Aprendizagem dinâmica e efetiva

Foi um ano de descobertas para os alunos, com ações que reforçaram o desenvolvimento integral das crianças e a importância da intersetorialidade aplicada na unidade escolar, tema amplamente discutido pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), com a reelaboração da Proposta Curricular do Quadro de Saberes Necessários (QSN).

A cada atividade a ser aplicada, os alunos do curso de licenciatura enviavam por e-mail à coordenação escolar, o planejamento da aula e após a aplicação, o relatório e registro fotográfico para acompanhamento. Além da criação de um grupo, com a finalidade de comunicação e alinhamento das ações visando resultados satisfatórios.

Não somente a dinâmica e responsabilidade dos autores envolvidos, mas a força de vontade e carinho dos professores que estavam realizando o trabalho com as crianças eram nítidos durante as atividades. Inúmeros recursos foram apresentados como estratégias para as aulas, tais como, material dourado, escala cuisinaire, blocos lógicos, ábaco, aplicativo do celular com ábaco, entre outros sugeridos, fazendo com que as formações tornassem mais dinâmicas, além de envolver as experiências de cada educador, sem interferir no percurso de suas aulas, somente enriquecendo-as com materiais e metodologias diversas.

O parque, o pátio da escola, a sala de aula, tudo que existe ao redor, pode se tornar, se bem planejado pelo professor, em uma aula intencional e repleta de desafios para os alunos, em que brincando, aprendem.Assim, como atestava o psicólogo Lev Vygotsky, que a aprendizagem é uma atividade social mais eficaz quando há colaboração e intercâmbio. Já Wallon refletiu profundamente sobre a afetividade e afirma que a emoção é uma maneira de provocar uma reação no outro. Por sua vez, Piaget estudou as estruturas mentais usadas para relacionar, comparar, classificar e deduzir informações.

De acordo com a coordenadora pedagógica, na vida, entramos em contato com objetos e os compreendemos em um processo que envolve assimilação e acomodação, logo, assimilar significa lidar com o objeto e interpretá-lo. E, para dar conta da tarefa, é preciso reorganizar as estruturas mentais para compreendê-la e chegar a um novo patamar.

“Estou muito satisfeito com o trabalho desenvolvido em grupo. Agradeço à coordenação escolar, aos professores do instituto Federal por mais esta oportunidade e a todos os docentes que acreditaram em mais esta ação. Enfim, caminhamos juntos visando o mais importante, o bom aprendizado das crianças, trabalhando de forma coesa e organizada”, agradeceu o professor Chaparin.

Priscila parabenizou ainda todos os envolvidos no processo, e o seguimento do projeto para o ano que vem. “Um ciclo se encerra e com certeza em 2020 daremos continuidade a este rico trabalho. Agradeço aos professores tanto do instituto Federal por mais esta oportunidade quanto aos nossos professores que acreditaram em mais esta ação ”.

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