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Exposição no Adamastor Centro celebra a eterna memória de Luiz Gonzaga



Por Carla Maio
Publicado em 07/02/2020
Editado em 10/02/2020, às 8:28

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Memórias, causos, curiosidades, lembranças e histórias particulares e outras bastante pessoais, marcaram a vernissagem da exposição Luiz Gonzaga, Na Eternidade dos 30!, evento que reuniu artistas, jornalistas, escritores e público interessado na obra do Rei do Baião, no Adamastor Centro, na noite chuvosa da última quinta-feira (6).

O secretário de Cultura, Vitor Souza, recebeu a diretora geral da exposição, Sylvia Jardim, e o curador Assis Angelo, jornalista e amigo pessoal de Luiz Gonzaga, que encantou o público com histórias incríveis, de uma amizade de mais de 30 anos, eternizadas na memória e compartilhadas entre os participantes com muita graça e alto astral.

Sobre a importância da exposição para a cidade de Guarulhos, o secretário Vitor enfatizou a riqueza da Cultura nordestina, constitutiva e presente no município em inúmeras ações que objetivam o fortalecimento e valorização desse legado.

"Luiz Gonzaga é um ícone nordestino. Em uma cidade em que cerca de 400 mil pessoas são descendentes diretas do povo nordestino, a segunda maior do Estado de São Paulo em número de migrantes dos nove estados da região nordeste, seu legado é de grande importância para a troca de experiências e manutenção dos saberes da cultura popular", observa o secretário, relacionando a relevância da exposição às iniciativas do Conselho Municipal de Participação da Comunidade Nordestina da cidade de Guarulhos.

A exposição, em exibição até o dia 1º de março, diariamente das 9h às 22h, conta com um acervo composto por Literatura de cordel, partituras, discos raros, letras inéditas, documentos, livros, revistas e fotos do acervo do Instituto Memória Brasil. 

Do nordeste para todo o Brasil

 “Luiz Gonzaga foi o cara que levou o carimbo do nordeste para o país todo, até hoje, tenho dúvidas se existe outro artista que tenha andado pelo Brasil tanto quanto ele, em um tempo em que não se usava avião e ele fez todos esses trajetos de carro”, pontuou Assis Angelo em um relato cheio das mais variadas excentricidades que marcaram a personalidade de Luiz Gonzaga. 

Para colocar o visitante do Adamastor Centro diante do riquíssimo contexto da cultura nordestina, a exposição convida as pessoas a adentrarem nesse curioso universo por meio da literatura de cordel. Logo na entrada da exposição, um grande livro com folhetos de cordel estreitam a relação entre a obra de Gonzaga e as histórias do romanceiro popular do sertão.

“Nordestino de boa seca não morre, se eterniza”, brinca Assis ao justificar a escolha do tema “Na eternidade dos 30” para celebrar a vida e a obra de Luiz Gonzaga. 

Sylvia Jardim também explica sobre as inúmeras analogias que a exposição faz: “Uma das principais localiza-se bem no centro do espaço e chama a atenção pela imponência do Juazeiro, árvore do Nordeste, que tem raízes fundas e oferece sombra fresca o ano todo. A exposição abriga ainda panôs, com trechos das músicas dos temas mais expressivos da obra de Luiz Gonzaga, família, crenças, festas, amor, saudade, terra, natureza, fauna, entre outros”.

Outros adereços que chamam a atenção do visitante são a cabine de rádio, o chapéu de couro e a indumentária expostos no salão, que nos dá a ideia de que o artista está lá, em um dos lugares que mais gostava de estar.

Luiz Gonzaga: do Brasil para a cidade de Guarulhos

Além de um bate papo enriquecedor e repleto de curiosidades, Sylvia Jardim e Assis Angelo deram um presente para a cidade de Guarulhos. Depois do dia 1º de março, quando a exposição Luiz Gonzaga, Na Eternidade dos 30! chega ao fim, todo o acervo será doado para a Divisão Técnica de Artes Visuais da Secretaria de Cultura de Guarulhos.

Adriana Lins, responsável pela divisão, explica que o acervo de Artes Visuais da Secretaria de Cultura é composto por cerca de mil obras: “Todo esse acervo foi adquirido ao longo do tempo por meio de doações ou projetos realizados com parceiros e nos salões de artes da cidade. Essa nova aquisição, alcançada através de um projeto viabilizado por lei de incentivo, traz para Guarulhos a garantia de um capital cultural bastante relevante para a cidade”, comemora Adriana. 

Sobre a doação para Guarulhos, Sylvia se lembrou dos locais por onde ela já passou e na preocupação de fazê-la chegar a outros lugares: “A partir do interesse da Prefeitura de Guarulhos, entendemos que esse era o melhor destino para esse acervo, um material de custo alto, então, acreditamos que será muito importante para a cidade, que fará um bom uso desse conteúdo”, vibrou Sylvia, satisfeita ao saber que há outros espaços periféricos na cidade, por onde a exposição também poderá circular. 

“Ficamos felizes em saber que mais e mais pessoas vão poder apreciar a exposição, que foi montada com muito cuidado e atenção. Dessa forma, as pessoas vão poder conhecer a obra do Gonzaga, saber características que poucos sabem, ter acesso a um material inédito e, assim, sedimentando a Cultura do país”. 

Curiosidades sobre Luiz Gonzaga

Asa Branca é a música mais regravada no Brasil.

Antes de ser artista, o sonho de Gonzaga era fazer parte do bando de lampião.

Os pratos preferidos de Gonzaga eram baião de dois, rabada e cabrito assado.

Tocou sanfona para a ex-primeira dama da Argentina Evita Perón e para o ex-presidente norte-americano Harry Trumann.

Em 1944, Luiz Gonzaga compôs uma valsa chamada Passeando em Paris. Ele só conheceu Paris em 1982.

No início da carreira, Luiz Gonzaga abria shows do cantor country Bób Nelson

Luiz Gonzaga participou de vários filmes, os primeiros nas décadas de 40 e 50

Luiz Gonzaga gravou 625 músicas em 266 discos; 53 músicas de sua autoria, 243 de sua autoria com parceiros e 331 de outros compositores. 

Foram 125 discos de 78 RPM, 41 compactos simples e duplos de 33 RPM e de 45 RPM, além de dezenas de LPs de 10 e 12 polegadas, espalhados em inúmeras coletâneas levadas à praça nos formatos de LPs e CDS e em trilhas de filmes e documentários. 

Há 70 anos, Luiz Gonzaga e Zé Dantas inventaram o forró. A primeira música do ritmo foi Forró de Mané Vito.

Luiz Gonzaga tocou sanfona para o Papa João Paulo II e ofereceu sua sanfona para o Pontífice.

O ídolo estrangeiro de Gonzada era Carlos Gardel, de quem interpretava com perfeição o tango Mano a Mano.

Deu mais de 200 sanfonas de presente a quem ele acreditava ter talento; a primeira foi para Dominguinhos.

Dentre as mais de 600 músicas que gravou, Luiz Gonzaga gostava mesmo era de A triste Partida, de Patativa do Assaré e Asa Branca, dele e Humberto Teixeira. 




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