Por Danielle Andrade
Publicado em 23/09/2025
Editado em 29/09/2025, às 13:48
O Teatro Adamastor, no Macedo, recebeu na manhã desta segunda-feira (22), professores de língua e cultura inglesa e coordenadores pedagógicos da rede municipal para abertura da Semana da Educação Linguística de 2025. Promovida pela Secretaria de Educação, a iniciativa tem foco em analisar a relação entre língua e sociedade, enfatizando ações pedagógicas que garantam os direitos linguísticos e a cidadania, além de promover o respeito à diversidade e à pluralidade linguística.
Com a temática “Educação Linguística Intercultural e Decolonial”, a 1ª edição do evento é centrada no ensino dos saberes e na aprendizagem, alicerçada na concepção de letramento, na reflexão sobre a colonialidade e racismo e no diálogo colaborativo. O objetivo é construir ações que fortaleçam o conhecimento acerca do fenômeno histórico-social e ampliar a compreensão das relações de poder.
A abertura contou com apresentação de teatro em Língua Brasileira de Sinais (Libras) encenada pelos alunos surdos das classes bilíngues da EPG Crispiniano Soares, com tradução simultânea para o português realizada pelos educadores. A participação efetiva dos educandos reforça a inclusão da Libras para pessoas surdas, prevista em lei desde 2005, como instrumento de integração e reconhecimento identitário. Houve ainda apresentação musical do coordenador de programas educacionais, Leonardo Geronazzo, representante da comissão organizadora do evento.
Para Daniela Hikawa, diretora do Departamento de Orientações Educacionais e Pedagógica, a semana é dedicada ao estudo e desenvolvimento da rede, com foco na qualificação dos processos de ensino e aprendizagem. A programação inclui palestras com especialistas, contemplando desde a educação infantil até o ensino fundamental e a EJA.
A primeira palestra foi ministrada pelo Prof. Dr. Janderson Lemos de Souza, que abordou o papel do contato com línguas bantas na formação da língua portuguesa. A mediação contou com a Prof.ª Ms. e doutoranda em Letras da Unifesp, Gláucia Antonovicz Lopes.
Ressaltando que o português do Brasil não é homogêneo, o professor apresentou uma análise da variação linguística nacional, no caso do português do Brasil, em comparação ao português europeu (Portugal), ao português moçambicano e a outras variedades. Entre os tópicos abordados, destacou a convergência entre a tradição gramatical, a tradição lexicológica e a linguística funcional; a dicotomia entre derivação e contato; a associação entre contato e crioulização, e a convergência entre duas teorias linguísticas que se dedicam ao estudo do contato no português brasileiro.
A programação seguiu no período da tarde com a Prof.ª Dr.ª Hosana dos Santos, com o tema “Refúgio, diversidade linguística e identidade cultural”. e com o Prof. Dr. Rafael Minussi, que ministrou a palestra "Ensino de Gramática: aprendizagem linguística ativa, materiais manipuláveis e jogos". No período da noite, o Prof. Dr. Alan Ribeiro Carneiro falou sobre Políticas linguísticas e educacionais locais e transculturalidade: acolhendo imigrantes na escola.