Por Danielle Andrade
Publicado em 26/09/2025
Editado em 29/09/2025, às 18:04
Professores, coordenadores pedagógicos, supervisores e gestores da rede municipal participaram de uma variedade de palestras e rodas de conversa com especialistas ao longo da Semana de Educação Linguística 2025. O evento promoveu reflexões e diálogos voltados ao fortalecimento das práticas pedagógicas no ensino e na aprendizagem linguística da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e da Educação de Jovens e Adultos.
Nesta quinta-feira (25) o prof. dr. Carlos José Lírio, falou do papel dos educadores no combate a todas as formas de preconceito linguístico com o tema “Por um ensino antirracista de língua portuguesa”. Carlos destacou fatores socioculturais que inclui experiências familiares, crenças, interações sociais, que permeiam a vida de um indivíduo, desde o nascimento e se expandem para além do ambiente escolar. Esses fatores possibilitam a aquisição, o desenvolvimento e o aprimoramento do conhecimento da língua materna, de outras línguas e da linguagem de modo geral.
Atualmente, a educação linguística, apesar de alguns avanços, ainda se concentra, na fala e na escrita. No entanto, é fundamental expandir essa visão, considerando também as diversas modalidades de linguagem, como a linguagem da internet, a linguagem corporal, a linguagem visual como estática e dinâmica, e até mesmo a linguagem arquitetônica. Dessa forma, a acessibilidade e a investigação devem estar presentes nesse equilíbrio, promovendo uma educação linguística que se estenda para além das redes sociais, considerando a totalidade das interações e manifestações da linguagem.
A palestra abordou também as particularidades linguísticas de cada estado nordestino, na qual as crianças vindas de diferentes estados do Nordeste brasileiro sofrem preconceito linguístico no ambiente escolar, devido ao sotaque e ao vocabulário regional, tanto por parte de colegas quanto, inconscientemente, delas mesmas. O preconceito linguístico, semelhante a outras formas de preconceito, não é sempre evidente ou facilmente perceptível.
No período da manhã, o prof. dr. Marcelo Marcelino abordou o tema "Aquisição de segunda língua: inglês".
Desenvolvimento cognitivo
Na terça-feira (23), a palestra "Linguagem e cognição aplicados à sala de aula para estudantes com deficiência", ministrada pela profa. dra. Beatriz Cavalheiro Crittelli, com mediação de Rafael Miguel e Letícia Cunha, contou com a participação das professoras do Atendimento Educacional Especializado (AEE), professores da educação infantil, professores bilíngues e estagiários.
Beatriz discutiu a importância da linguagem e da comunicação para o desenvolvimento cognitivo, sobretudo em crianças e pessoas com dificuldades de comunicação, como autismo e surdez. Ela explicou que as crianças aprendem a se comunicar começando com o choro e evoluem para o uso de palavras, de modo que falhas nesse processo podem afetar a comunicação e o bem-estar.
Segundo a palestrante, os professores são os que mais percebem e interpretam as necessidades de comunicação dos alunos, pois estão em contato diário com eles. Além disso, foi ressaltado a importância de estratégias pedagógicas personalizadas para atendimento dessas crianças, reconhecendo que a falta de comunicação adequada pode gerar ansiedade e outros problemas.
No período da tarde, o tema abordado foi "Linguística Cognitiva", pela prof.ª ms. e doutoranda Gláucia Antonovicz Lopes, direcionada a vice-diretores da rede.
O encerramento da Semana de Educação Linguística acontece nesta sexta-feira (26), às 13h30, no auditório 8 do CME Adamastor. A última palestra abordará a "Linguagem, crianças e inclusão", ministrada pela Prof.ª Dr.ª Maria de Fátima e mediada pela Prof.ª Ms. Hanna Martiniano.