Por Carla Maio
Publicado em 12/11/2025
Editado em 14/11/2025, às 16:48

Em continuidade às ações do Artes em Conexão e Novembro Negro 2025, a Secretaria de Educação promoveu na manhã desta terça-feira (11) encontro formativo com professores da educação infantil e ensino fundamental das escolas da rede municipal, no Centro Municipal de Educação Adamastor. O encontro é parte de uma série de atividades relacionadas ao tema “As artes e a diversidade cultural na educação: um olhar para as relações étnico-raciais".
Nesse encontro, a fotógrafa, educadora e artista visual Camila Rhodes compartilhou com o grupo sua trajetória formativa no contexto da rede municipal de educação de Guarulhos, onde iniciou na carreira do magistério em 2012. Com pesquisa poética que reconhece a fotografia como linguagem de presença e ferramenta de afirmação, um modo de educar o olhar e ressignificar o mundo, Camila apresentou o tema “A arte da fotografia, a educação e o olhar sensível”, no qual abordou o modo como essa linguagem surge como continuação da docência ao traduzir o olhar pedagógico em linguagem visual. Na mesma roda de conversa, a atriz e cineasta Pamela Regina trouxe a ótica dos elementos encontrados no universo urbano, como o som e o movimento, que são incorporados pela escola.

No período da tarde, a formação mediada pela professora Gleicy Lopes contou com a presença do Mestre Aurélio Baraka, professor de Educação Física da rede, que desenvolve trabalhos de capoeira nos CEUs de Guarulhos. Com o grupo, Baraka abordou o ensino do jogo de capoeira no ambiente escolar como arte, corpo e movimento.
Professora da rede deste 2013, Talita dos Anjos falou do maracatu como lugar de movimento e sua importância de resistência no contexto escolar, que por meio de uma educação antirracista encontra lugar de presença, arte e ancestralidade.
Compartilhando experiências

Na última quinta-feira (6), coordenadores pedagógicos e tutores do Programa LEIA se reuniram no teatro do CME Adamastor, durante compartilhamento de experiências de escolas que têm trabalho sistemático com a educação antirracista.

Os profissionais da EPG Edson Nunes Malecka, o Agente Escolar Saulo Marriel Melo e a coordenadora pedagógica Vanessa de Souza, apresentaram os resultados de pesquisa-ação do Programa Escolas 2030, proposta cujo objetivo era compreender como a comunidade escolar lida com o racismo e como ele se manifesta dentro do contexto da escola.

A coordenadora pedagógica Paula Geraldelli apresentou práticas pedagógicas da EPG João Balbino, relacionadas a uma educação antirracista e ações para implementação das leis 10.639/2003 e nº 11.645/2008, no contexto do Projeto Tudo Bem ser Diferente.

A coordenadora pedagógica Marianna Lima e a professora Cintia Quintas apresentaram os livros escritos pela turma do 5º da EPG Castelo Hanssen, resultado do projeto pedagógico anual “Um Castelo de Sonhos”, que objetiva valorizar a diversidade e construir caminhos para uma educação efetivamente antirracista. De acordo com a professora Cintia, os alunos escolheram o título Heróis Negros e cada criança criou um livro com seis partes escritas e seis ilustrações, com biografias feitas pelos pais.

Carla Francisco, doutoranda no programa de pós-graduação em Educação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenadoria pedagógica na rede municipal de São Paulo trouxe experiências do ambiente escolar sobre a importância da educação antirracista. Além disso, Carla também abordou a importância da literatura como ferramenta na alfabetização e no letramento nas aprendizagens das crianças, envolvendo as relações étnicos raciais como leitura.