Por Carla Maio
Publicado em 18/11/2025

Professores da rede municipal participaram na manhã de segunda-feira (17) de encontro formativo com o escritor, poeta e produtor cultural Henrique André, no Salão de Artes do Centro Municipal de Educação Adamastor. A atividade é parte da programação do Artes em Conexão e Novembro Negro 2025, iniciativa da Secretaria de Educação que promove uma série de debates, formações, exposições, apresentações culturais, encontros, entre outras ações, para promoção de uma educação antirracista.
Ao tratar da criação literária voltada às infâncias, com foco nas culturas africanas e afro-brasileiras, Henrique André trouxe valiosas contribuições para que os professores pudessem refletir e conhecer obras inspiradas nessas culturas com os alunos do ensino fundamental. Para o autor, essa abordagem fortalece processos educacionais, empodera professores e alunos, permitindo-lhes sonhar e projetar futuros prósperos para corpos pretos, baseados na ancestralidade, no presente e sem se desvincular do passado.
O que quero ser quando crescer?
Na EPG Izolina Alves David, no bairro Torres Tibagy, o encontro do escritor com professores e alunos foi marcado por muito entusiasmo e debates acerca de temas como ancestralidade, identidade, sonhos e futuro. Para o grupo de professores em hora-atividade formativa, Henrique André abordou a importância da discutir a Lei 10.639/03 e apresentou o livro Afrofuturo: Ancestral do Amanhã, obra que tem ilustrações de Tutano Nômade e traz o conceito de Afrofuturismo, futuros imaginados por e para pessoas negras, com tecnologia e ancestralidade.
De acordo com o escritor, o Afrofuturismo agrega valor à função do professor, potencializa o ser criança e suas escolhas futuras, e promove o protagonismo negro, beneficiando toda a sociedade ao construir uma cultura de paz próspera.
Além de apresentar conceitos da criação literária para as infâncias e refletir sobre o papel simbólico do livro ilustrado com os professores da unidade, o escritor também ofereceu aos alunos momentos de criação livre, em que falou sobre o processo criativo e a importância de sonhar, e os orientou a criar desenhos a partir do tema: o que quero ser quando crescer?
De acordo com a coordenadora pedagógica Rita Andrade, além de celebrar o Mês da Consciência Negra e resgatar a ancestralidade e identidade a partir de referências históricas da cultura afro-brasileira, a reflexão sobre a identidade negra, ancestralidade e o conceito de Afrofuturismo estimula a imaginação e a projeção de futuros positivos e equitativos.