Por Carla Maio
Publicado em 04/12/2025
Editado em 04/12/2025, às 11:58
Apresentações musicais, teatrais e exposição de trabalhos e pesquisas integraram mostra cultural na EPG Aristides Castelo Hanssen, na Cidade Seródio, evento que aconteceu no último dia 28, em celebração ao Projeto "Um Castelo de Sonhos". Para ampliar o repertório cultural dos educandos, houve ações de valorização da diversidade e das culturas afro-brasileiras, indígenas e de outros povos.
Após um ano repleto de estudos, reflexões e práticas pedagógicas profundas inspiradas nos sinalizadores da campanha "Todos por uma Educação Antirracista", do Departamento de Orientações Educacionais e Pedagógicas (DOEP) da Secretaria de Educação, crianças e professores apresentaram aos familiares um recorte da caminhada que trilharam nesse período.
Temas essenciais para a formação humana e cidadã
Ao longo do ano, cada turma se debruçou sobre temas essenciais para a formação humana e cidadã, como equidade de gênero, representatividade da mulher negra na sociedade brasileira, além das contribuições de personalidades negras na ciência, no jornalismo e nos esportes. O estudo também ganhou força por meio da leitura e da sensibilidade artística, com a criação de maquetes inspiradas na obra “Quarto de Despejo”, de Carolina Maria de Jesus, que despertaram o olhar crítico e empático para as desigualdades ainda presentes na sociedade.
Durante a mostra, o público pôde assistir a apresentações teatrais inspiradas no curta-metragem “Dudu e o Lápis Cor de Pele” e na obra “Eu sou Malala”, trazendo reflexões sobre racismo, migração, direitos humanos e equidade. De acordo com a coordenadora pedagógica Marianna Lima, as encenações, construídas com muito cuidado, revelaram o quanto os estudantes aprenderam a reconhecer injustiças e a defender a dignidade de todas as pessoas.
Vozes de encantamento, ancestralidade e esperança
A música também teve seu lugar de destaque. Os corais apresentaram canções africanas carregadas de significado, “Siyahamba”, que em zulu significa “estamos marchando”, evocando força e união; e “Kokoleoko”, canção tradicional na língua bantu, que anima as rodas infantis e celebra a alegria coletiva. As vozes das crianças encheram a escola de encantamento, ancestralidade e esperança.
A presença das famílias tornou o evento ainda mais especial. Pais, mães e responsáveis se emocionaram ao ver nas apresentações o resultado de um trabalho que ultrapassa o currículo e toca profundamente na formação de sujeitos críticos, empoderados e conscientes de seu papel social. A mostra não foi apenas uma exposição, mas um testemunho da transformação que acontece quando a educação se compromete com a justiça, com o respeito e com a igualdade.