Justificativa: 

Os povos indígenas sofrem ataques constantes há séculos no país. Em Guarulhos houve um incêndio criminoso à Aldeia Multiétnica Filhos dessa Terra, localizada no Cabuçu. Munícipes também questionaram a Prefeitura de Guarulhos quando houve imunização contra COVID-19 na aldeia, o que evidencia que para alguns, indígenas não são sujeitos de direitos. Em uma sociedade com esta concepção de direitos, mais do que nunca faz-se necessário trazer à escola a realidade dos povos indígenas sem estereótipos

Objetivos

Possibilitar aos(as) educandos(as) novos saberes sobre a história e cultura indígena, buscando romper visões estereotipadas  ainda presentes na sociedade, trazendo com o referência a diversidade  dos povos indígenas, com ênfase nos indígenas que residem na cidade de Guarulhos.

A partir de formação em Hora Atividade e em cumprimento à Lei11645/08 as professoras entraram em contato com material produzido por indígenas de diversas etnias (teórico, vídeos, arte contemporânea). Além disso pensamos em como trazer a discussão para a Educação Infantil de forma significativa e sem reforçar estereótipos que contribuem para a perpetuação do descaso e violência para com os povos indígenas.

Metodologia

A partir da formação percorrida pelas professoras, foram apresentados aos alunos literatura escrita por indígenas (Livro Curumim, de Tiago Haiyky), alimentos que fazem parte da cultura indígena, grafismo de diferentes etnias, exposição de objetos artesanais indígenas, apreciação do trabalho de artistas indígenas contemporâneos como Jaider Esbell, Daiara Tukano e Yacunã Tuxá. Nas classes de estágios II os familiares foram convidados a compartilhar conhecimentos acerca do tema. Os Berçários tiveram contato com urucum, construíram instrumentos musicais e conheceram alimentos como inhame. O Maternal conheceu músicas guaranis tradicionais e contemporâneas, como o Rap da juventude indígena. Os Estágios I evidenciaram a arte com a simbologia do grafismo (etnia kadiwéu)

Resultados observados

As crianças se surpreenderam muito com ao fato da presença indígena na cidade, relacionavam os indígenas às matas e florestas. O desafio foi propor a ampliação do conhecimento que já haviam construído, pois há indígenas em área verde, em aldeias e também há indígenas não aldeados.

Avaliação

Pudemos perceber o envolvimento das crianças com a temática, bem como de algumas famílias.

Depoimentos das professoras:

Professoras Bruna e Paloma – Maternal Manhã:

“Apresentamos imagens na temática indígena e colhemos os conhecimentos de cada educando.  Dispomos as imagens de modo aleatório sendo que cada criança recebeu uma imagem diferente, solicitamos que as crianças nos relatassem o que estavam observando na imagem e alguns já perceberam a temática indígena. Em seguida cada criança realizou ao seu modo uma releitura da imagem que recebeu. Realizamos um momento de apreciação musical com diferentes gêneros musicais cantados por indígenas. Construímos um reconto por meio mímicas dos alunos do livro CURUMIM DE TIAGO HAKIY. Apresentamos às crianças alguns elementos da cultura indígena sendo alguns semelhantes aos nossos e outros bem particulares”. 

Professora Adriana relatou um pouco sobre o trabalho desenvolvido com o Estágio I, tendo como ponto de partida o grafismo:

“Dessa forma, os alunos entenderam a essência da arte como relíquia cultural que é e a influência nos dias atuais, retratada em tecidos, telas, cerâmicas e no corpo. Muito além da oca e do barco, os indígenas são protagonistas deste tempo, continuam lutando para manter sua terra, seu espaço, sua atuação. Nossos alunos estão conhecendo e despertando para a consciência da contribuição desses povos. E a melhor forma de respeitar é conhecer”.