Imaginação e criação: o brincar e a arte.
Angela Dezoti Consiglio
Lili inventa o mundo,
Mário Quintana
Lili vive no mundo do faz-de-conta.
Faz de conta que isto é um avião, zum…
Depois aterrizou em pique e virou trem
Tuc, tuc, tuc, tuc…
Entrou pelo túnel chispando.
Mas debaixo da mesa havia bandidos.
Pum! pum! pum! pum!
O trem descarrilhou. E o mocinho? Meu Deus!
No auge da confusão, levaram Lili para a cama à força.
E o trem ficou tristemente derribado no chão,
Fazendo de conta que era mesmo uma lata de sardinha.
A criança descobre, inventa e reinventa o mundo por meio da brincadeira de faz de conta, do movimento de seu corpo, da percepção e exploração dos ritmos, espaços, sons e imagens, assim como Lili. As linguagens artísticas nos constituem como sujeitos desde a infância e se desdobram e ampliam de acordo com nossas vivencias.
A arte, entendida como linguagem é mais uma possibilidade para a expressão, comunicação e estabelecimento das relações com o outro e com o mundo, além de ser um campo aberto para experimentações permeadas pelo prazer e espontaneidades próprias do brincar.
O exercício da imaginação e da criação no ato de brincar, maneira pela qual a criança se coloca no mundo, são parte primordial da experiência artística.
Nesse sentido, a escola, como espaço de desenvolvimento humano, precisa proporcionar a vivência, a interação e a desenvoltura de todas as crianças a partir do desenvolvimento dos sentidos – audição, visão, tato, olfato e paladar – que lhes permitem aprimorar suas percepções de mundo e a plena expressão no uso das diversas linguagens presentes na esfera das artes. (QSN 2019, Educação Infantil p. 25)