Rafael tem 2 anos e está no berçário. Durante a produção do desenho ele se mostrou muito inseguro e a todo momento afirmava que não sabia desenhar. Senti a necessidade de interferir neste momento, dizendo que ele era capaz sim de desenhar. Sentei ao lado dele e disse para observar a árvore com atenção, isto é, as formas e cores. Refleti neste momento sobre a importância do incentivo por parte do professor. Porém é importante não criar um autoritarismo pedagógico, como afirma Albano. A escola preenche todo o tempo com a fala do adulto, que a criança escuta, e precisa devolver com a visão do adulto, abdicando a sua. E quando o adulto se cala, ele, o adulto, se ausenta e não tem quem escolha a palavra da criança. Então a criança percebe que a escola é o espaço da fala do adulto e que para que ela resta a cópia e o silêncio. (ALBANO, 1999,p.13) Deixei Rafael produzindo o desenho e depois de um tempo fui ao seu encontro. Ele me entregou seu desenho e disse: terminei. Ao entregar seu desenho, percebi que Rafael desenhou o contorno da árvore e usou somente uma cor ao desenhar ( o que também fez no desenho livre). Isso me fez refletir sobre a percepção e a particularidade que cada criança tem ao desenhar. A arte, assim como a identidade da criança, é única mas ao mesmo tempo universal. |
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