Por Carla Maio
Publicado em 21/11/2024
Promover hábitos saudáveis e ao mesmo tempo levar as crianças para uma jornada inesquecível no mundo mágico dos alimentos foram alguns dos resultados do espetáculo infantil Alice no País das Hortaliças, que aconteceu nos últimos dias 19 e 20 de novembro na EPG Zulma Castanheira, no Parque Cecap, e na EPG Paulo Autran, no Jardim Lenize.
A adaptação moderna de Alice no País das Maravilhas, escrita por Gustavo Libanori e dirigida por Bruno Ferian, Alice no País das Hortaliças enfatizou a importância de uma dieta equilibrada, o consumo de frutas, vegetais, hidratação adequada e a consciência sobre os benefícios de uma alimentação saudável logo na infância. As crianças também usufruíram de livros com a história da peça, distribuídos gratuitamente aos educandos.
Alice no País das Hortaliças apresentou novos hábitos e sabores aos alunos, e ressaltou a importância de cada um deles para uma vida mais saudável, já que no Brasil, cerca de 39% da população infantil sofre de obesidade e sobrepeso.
A peça começou com as férias da protagonista, Alice, que logo em seu primeiro dia, acaba quebrando o braço, fazendo com que todos os seus planos de diversão fossem por água abaixo. Impossibilitada de sair para brincar com seus amigos, ela se vê obrigada a ficar dentro de casa e acompanhar a rotina de sua família na cozinha. Filha de um cozinheiro, responsável por todas as refeições da família, Alice não se vê muito satisfeita com os ingredientes escolhidos pelo pai. Mas é durante esse longo dia, entre entradas e saídas de seus familiares, que estranhos personagens aparecem na cozinha de Alice ensinando para ela a diversidade de frutas, verduras e hortaliças e como uma boa alimentação pode ajudá-la a se recuperar mais rápido para voltar a brincar com seus amigos, antes que as férias cheguem ao fim.
E as crianças, o que acharam do conteúdo do espetáculo?
Depois de assistirem ao espetáculo Alice no País das Hortaliças, a ideia de comer frutas, legumes e hortaliças se tornou unânime entre os alunos da EPG Paulo Autran. Felipe da Silva Pires (10), Laura Magalhães Andrade (8), Lorena Emanuele Borges (9) e Samara Silva (8), por exemplo, compreenderam que o excesso de alimentos ultraprocessados faz mal à saúde.
“Vou mudar minha alimentação e começar a comer mais verduras e legumes”, avaliou Felipe. Laura ficou muito preocupada com as consequências e riscos de consumo desses alimentos. “As comidas industrializadas não fazem muito bem para o corpo, a gente pode se sentir mal e acabar até parando no hospital”, disse a menina preocupada.
Lorena foi além e encarou o enredo do espetáculo como a grande moral dessa história. “A gente não pode comer comidas muito processadas porque vai fazer mal para o nosso intestino”. A Samara aproveitou mais esse momento de aprendizagem para descobrir algo novo e cientificamente comprovado. “A gente pode aprender a comer legumes e verduras porque faz bem para o nosso cérebro também”.
Já o Felipe Akamine (9), que além de aluno da EPG Zulma Castanheira também é escritor, teve a ideia inusitada de escrever um livro sobre a história dos times de futebol e uma receita de um prato característico da região de cada um deles.
“Numa parte da peça, se eu não me engano, tem um gato que fala que o livro dele é de histórias e receitas. Aí os personagens perguntam: como assim um livro de histórias e receitas? A Chapeuzinho Vermelho vai entregar a cesta para a vovó, porém não conta o que tinha dentro. Aí eles fazem a receita do que tinha dentro, eu achei isso muito legal. E é isso que me despertou a vontade de fazer um livro de times e receitas”, conta o jovem escritor e fã de futebol bastante entusiasmado.
A apresentação de Alice no País das Hortaliças em escolas da rede pública é um projeto realizado pela Mercúrio Cultural, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), com patrocínio da Bermad, além do apoio da Incentiv, Secretaria de Educação de Guarulhos e Programa Mais Futuro.