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Conservatório oferece aulas gratuitas de Musicalização para crianças e jovens



Por Carla Maio
Publicado em 22/10/2018
Editado em 20/01/2020, às 17:49

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Separar a pasta com as partituras e livros, colocar a flauta na bolsa, tomar banho e o café e não se esquecer de escovar os dentes. Na rotina semanal de Nicolly Bressan Santos, nada poderia ser mais prazeroso do que acordar bem cedinho para ir à aula de música no Conservatório Municipal de Guarulhos, onde a pequena menina de 10 anos está aprendendo a tocar flauta, entre outros instrumentos. Nicolly é uma dentre os mais de 120 alunos dos Projetos de Musicalização Infantil e Primeiras Notas, grupos destinados ao ensino de música a crianças e adolescentes entre 7 e 14 anos que se reúnem às segundas, quartas ou quintas-feiras, em diferentes horários.

Ambas as iniciativas têm como objetivo incentivar jovens músicos na prática de música de câmara e, para isso, se dedicam à construção de repertório no qual todos têm contato com novas linguagens musicais, por meio de instrumentos como xilofone, flauta doce, percussão corporal e canto coral.

De acordo com a professora Vaneska Barros, coordenadora dos Projetos, a prática coletiva ajuda a enriquecer o conhecimento musical dos alunos, pois tanto a diversidade instrumental quanto o repertório permitem que, juntos, as crianças possam desenvolver a leitura e a percepção. 

“A metodologia utilizada em sala de aula é diversificada. Trabalho um pouco de teoria musical com eles, mas também muitas vivências, considerando que o aprendizado torna-se mais interessante se conciliar teoria e prática. Por isso, os tópicos de teoria são abordados de forma lúdica, priorizando atividades e brincadeiras para que eles se sintam a vontade enquanto aprendem”, explica Vaneska.

Logo cedo, a aula já começa agitada; é hora de afinar os instrumentos, encontrar as baquetas do xilofone e organizar a turma para a parte prática da aula. Nicolly está feliz, conta que sempre quis aprender música e que há pouco menos de 1 ano conseguiu realizar um de seus maiores sonhos: tocar um instrumento.

“Fiz minha inscrição e fui aprovada na prova. Fiquei contente que tenha passado, antes eu não sabia nada de música, agora, além de aprender a tocar flauta, estou aprendendo outros instrumentos e conhecendo mais sobre a história da música”, explica a menina, sorridente.

A professora Vaneska explica também que não é necessário que as crianças e jovens conheçam música para participar dos Projetos: “O que a gente pede e que elas tenham interesse e gosto em estudar música e que isso seja uma vontade dos próprios alunos e não apenas um desejo dos pais ou da família. O estudo de música não pode ser algo imposto, tem que ser algo prazeroso”, enfatiza a jovem professora.

Yuri Gabriel dos Santos Tostes, de 12 anos, ilustra como ninguém esse interesse especial ao qual a professora Vaneska se refere. Ele aprendeu a tocar piano sozinho na igreja onde frequenta com sua família e já faz parte do grupo de Musicalização Infantil há 2 anos. 

“Eu me interessei por música porque acho bonito, principalmente o piano e o violino. Desde que comecei a estudar, aprendi o nome das notas. Não conhecia o xilofone, já havia visto um; achava que era um instrumento de criança. Esse instrumento é muito interessante, parece um cubo oco com umas madeirinhas, mas na verdade, é possível tirar um som muito bonito dele. Minha mãe sempre falava que era para eu estudar música, e desde que comecei, passei a perceber melhor o lado musical das coisas do dia a dia”, explica o menino, encantador.

A professora Vaneska explica ainda que a escolha do repertório para as apresentações que os grupos fazem semestralmente ajudam na aproximação e interação dos alunos com instrumentos e com a música: “O resultado dessa reunião de ritmos diversos e variados é a elaboração de um repertório bastante rico em matéria de sonoridade, que explora composições nas quais os alunos lançam mão de trompetes, violinos, flautas, piano, aproveitamos toda essa riqueza para então construir o repertório, que varia entre a música erudita e a popular”, observa.

Nascido em uma família de músicos violinistas, a experiência de Pedro Fernandes Garrido Gardinal, 12, com a música contraria aquele ditado popular, segundo o qual em casa de ferreiro o espeto é de pau. Pedro começou a estudar violino aos cinco anos e é extremamente dedicado ao instrumento: “Acredito que eu tenho um dom, gosto de escutar música clássica, é isso que costumamos ouvir em casa. As aulas de música são muito boas, se você começar a estudar desde cedo, pode pensar, no futuro, em se formar, pode até ser um professor, se profissionalizar e seguir uma carreira”, idealiza o menino.

Sobre o impacto que a música tem na vida de crianças e jovens que começam a estudar desde cedo, a professora Vaneska acredita que é impossível comparar o comportamento de crianças que estudam música daquelas que não estudam: "Elas se desenvolvem muito mais rápido nos aspectos de socialização e interação com outro. Além disso, elas aprendem sobre percepção e adquirem gosto musical, muitas vezes eles vêm para a escola de música com um tipo de repertório formado por aquilo que escutam em casa ou na rua, que a mídia impõe, e quando chegam aqui e você começa a mostrar outras coisas, elas acabam por ampliar sua visão em relação à música e à cultura”, vibra Vaneska.

Para ser admitido no grupo de Musicalização Infantil, crianças entre 10 e 12 anos participam de um processo seletivo, concorrendo com outras crianças. Já no Projeto Primeiras Notas, crianças de 7 a 9 anos passam por uma entrevista para saber seu interesse em participar.


 



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