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Orquestra Jovem estreia no Festival de Campos do Jordão



Por Carla Maio
Publicado em 01/07/2019
Editado em 16/01/2020, às 13:10

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Precisão na execução da partitura. Atenção. Repetição que leva à excelência. A rotina de ensaios dos músicos da Orquestra Jovem Municipal de Guarulhos (OJMG) se intensificou nas últimas semanas com a notícia de sua participação na programação da 50ª edição do Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão, um dos mais renomados do país. O espetáculo, gratuito e aberto ao público, acontece no próximo domingo, dia 7 de julho, às 13h30, na Praça do Capivari, em Campos do Jordão.

Sob regência do maestro Emiliano Patarra, o espetáculo destaca a participação da solista Marina Caputo e oferece ao público grandes clássicos da música sinfônica, como Mascagni, Brahms e Saint-Saëns, entre outros, sem desprezar a sonoridade da música popular brasileira, tão rica em Ary Barroso. 

Essa é a primeira vez que a OJMG participa do Festival de Inverno de Campos de Jordão. O convite, resultado de um trabalho minucioso de formação dos instrumentistas, tem grande repercussão no meio sinfônico, sobretudo por colocar a Orquestra Jovem em meio aos grandes grupos do país, um lugar de respeito e reconhecimento, que agora extrapola os limites do município e ganha ares de genialidade nas montanhas de Campos de Jordão. 

Amadurecimento e leveza

O dedilhado, as palhetas duplas, a técnica e a dificuldade de aprendizagem do fagote, instrumento de madeira da família do sopro, nunca intimidaram a jovem Vitória Marques de Oliveira, 22. “Sou encantada pelo seu timbre”, confessa sorridente. Instrumentista da OJMG desde o final do ano passado, Vitória conta que seu interesse em tornar-se musicista surgiu aos 9 anos, quando cursava a 4ª série do Ensino Fundamental, na escola municipal D’Almeida Barbosa, no bairro Gopoúva. Naquela época, ela participava de projeto para ensino de música nas escolas da rede pública, o Pimentinhas. Desde muito cedo, o Teatro do Adamastor, local em que hoje acontecem regularmente os ensaios e espetáculos da OJMG, já havia se tornado para ela um ambiente de livre circulação de arte e cultura.

Depois de conseguir uma vaga como bolsista na Orquestra Brasileira do Auditório (OBA), onde se formou no ano passado, foi uma questão de tempo até que Vitória passasse nos testes do Conservatório Municipal de Guarulhos e conquistasse um posto como fagotista na mais importante orquestra de sua cidade.
Sobre a expectativa de participar pela primeira vez de um espetáculo em um dos mais importantes festivais do país, a jovem entusiasta ficou bastante contente quando soube que era uma dentre os dois fagotistas escolhidos para o evento em Campos de Jordão: “Eu queria muito ir, esse espetáculo é muito importante tanto para os músicos e para a orquestra quanto para a cidade de Guarulhos”, celebra.

Ao contrário de boa parte dos jovens que ocupam postos como bolsistas nas orquestras do país, e que enfrentam grandes dificuldades para conciliar seus estudos e manter os altos custos de manutenção de seus instrumentos, Maria Clara Leme Rosa, 24, não teve problemas no momento de escolher a carreira como musicista. Proveniente de uma família de músicos, a mogiana de olhos vivazes sempre teve incentivo de todos para a prática do contrabaixo. Instrumento grande e imponente, o contrabaixo acústico é um dos responsáveis pela base harmônica da orquestra e exige de seu praticante uma condição física adequada para seu domínio técnico. 

Na Orquestra Jovem desde 2016, Maria Clara conta que o aprendizado para o músico de orquestra é constante e que, no caso dos instrumentistas que hoje tocam na OJMG, o incentivo e aporte da Prefeitura e o estímulo do maestro Patarra são fundamentais nessa fase tão importante de sua profissionalização. Nesse contexto, o convite para participação no Festival de Inverno de Campos de Jordão lhe deu uma sensação de muito orgulho:

“Sabemos que isso é fruto de um esforço em equipe, trabalhamos todos juntos com grande compromisso para tudo fluir, temos um maestro que trabalha duro para que possamos ter melhores condições de trabalho e conhecimento técnico para participar do Festival. É como se fosse um presente, o reconhecimento de um trabalho incessante, que torna a OJMG uma orquestra versátil e por isso, popular, e da qual toda a cidade de Guarulhos deve se orgulhar”, comemora a jovem assertiva com o respaldo e impacto de suas escolhas.

Monik Freitas, 24, também é instrumentista da OJMG desde 2016, mas de forma diferente de Vitória e Maria Clara, ela conta que se aproximou da música aos 14 anos, na igreja cristã que frequentava. Depois de 4 anos estudando violino no Conservatório Municipal de Guarulhos, ela finalmente conseguiu comprar o instrumento de sua preferência, a viola, completamente adaptada à sua estatura. Segura de que tornar-se instrumentista da Orquestra Jovem é o caminho que lhe dá grande satisfação, Monik conta que, desde pequena, tinha o hábito de assistir aos programas de música clássica da TV Cultura. Com o tempo e com os anos de estudo que vem dedicando ao aprendizado de música, ela percebeu que o sonho de tocar numa orquestra era algo possível, mesmo para jovens de famílias humildes, vindos da periferia. 

Ansiosa e contente com a data do espetáculo que se avizinha, a jovem guarulhense está bastante entusiasmada com o Festival: “Estamos todos muito animados, conhecemos muito bem o repertório que vamos levar para Campos de Jorrado, músicas que já executamos em outras ocasiões durante a Temporada da Orquestra, canções leves e cativantes para que o público possa desfrutar desse espetáculo tanto quanto os músicos” explica Monik sorridente, sem esconder a alegria de visitar Campos de Jordão pela primeira vez. 


 

 




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