“O brincar é a mais alta forma de pesquisa”
Albert Enstein
A criança quando brinca experimenta, investiga, explora, cria, se expressa e compreende o mundo que as cerca, entrega se de corpo inteiro em sua completude de pensamento e imaginação.
Nossa Proposta Curricular (QSN-19), traz o Brincar como um dos direitos de aprendizagem da criança, bem como conviver, participar, expressar, conhecer se e explorar. Sendo assim, salientamos a importância de se brincar com materiais não estruturados com ênfase no Brincar Heurístico, o qual permite a criança explorar, experimentar, experenciar e criar, propiciando e efetivando os direitos das mesmas.
O Brincar heurístico é uma abordagem criada pela educadora Elinor Goldschmied e juntamente com Sonia Jackson escrevem o livro educação de 0 a 3 anos o atendimento em creche, que vai trazendo toda a teoria e pesquisa do brincar exploratório e seu importante papel no desenvolvimento dos bebês e crianças pequenas e bem pequenas.
Heurístico vem da palavra “eureka” que significa descoberta, para a pesquisadora quando proporcionamos a criança experenciar, explorar e experimentar, sem intervenções do adulto, ela faz suas próprias descobertas.
Nessa abordagem encontra-se as propostas: Cesto dos Tesouros, Brincar Heurístico com objetos ou jogo heurístico e as Bandejas de experimentação.
O Cesto é organizado para bebês que ainda não andam, nessa seção é usado um cesto de aproximadamente 60 ou 40 cm de diâmetro e sem alça para que não vire no bebê, com em torno de 60 objetos exploratórios o ideal é que não tenha plástico, porque segundo Elinor, não há qualidade tátil, pois os bebês estão na fase sensória e precisam estar em contato com objetos de potência sensorial. Exemplos de materiais: naturais (conchas, sementes secas grandes, esponjas, rolhas, pedras grandes, pedra-pome, penas etc), materiais de madeira, de metal, objetos de couro.
Brincar heurístico com objetos ou Jogo heurístico essa sessão é organizada a partir do momento em que o bebê começa a andar e já pode sair para explorar e experimentar pelos espaços. Nessa proposta os materiais exploratórios são dispostos em tapetes, para diminuir os ruídos e não atrapalhar a concentração da investigação da criança, os objetos são os mesmos do cesto e pode ser ampliado de acordo a faixa etária. Por último, temos as bandejas de experimentação quando as crianças já andam e correm, pois, os materiais são dispostos em bandejas em cima de mesas, que também podem ser chamadas de ilhas, sendo elas: as ilhas dos materiais contáveis, não contáveis e a de utensílios de apoio. A dos não contáveis nas bandejas pode conter farinha, areia, arroz, café, ervas, água etc. Ilha dos contáveis: rolhas, pedras, sementes, botões, aros de cortina, etc. Os utensílios de apoio são: colheres, funis, peneiras, colher de pau, etc. As bandejas podem ser tigelas, potes, latas, cartelas de ovos e as próprias bandejas.
Enfim, a abordagem do brincar enfatiza a exploração, investigação, criação e invenção da criança sem intervenções a todo momento do adulto, onde o mesmo passa a ter o papel de mediador com escuta atenta e olhar sensível às descobertas da criança.
Por Thais Gonçalves R. de Lima Pereira
Divisão Técnica de Formação